Como um urso polar mobiliza conforto num manto de neve...
também esta vaca, que há minutos observo, se vergou leitosa à gravidade da
Terra, num ninho verde que (até) a mim apetece. Está muito mais próxima do (meu)
ser, avesso (que sou) aos calores tropicais mas que também (cismo) do gêlo
agreste...
Contemplo o seu rezar ruminante... o mantra búdico, de que
estou certo sermos irmãos... no caso dela materializado no re-moer da erva... e
de mim na serenidade almejada e digerida.
Esta quietude... do pasto fustigado pelo Sol, prometendo a
Primavera... e já o vislumbre, ou a espera, daqueles matizes amarelos e
lilases...
Respirar (quase) como a vaca, na sua budicidade carimbada de
malhas... é já um fruir de felicidade bastante... mesmo com a ausência das
papoilas e sem a sinfonia de que se gosta.
E o leite dela... espera(m)-(n)o as crias.