08/04/2016

Afêtos do Supremo Comandante

Nesta presidência caracterizada pelos afêtos (...), e ainda a procissão vai no adro, já deu para ver quase um pouco de tudo... MRS, à semelhança da generosidade manifestada para com os sucedâneos ortográficos da língua portuguesa, dá abraços a qualquer manifestação opinativa desde que engendradora ou embrionária de algum “poder”... Ele “canta” rápe (...) de manifesta má qualidade (partindo do optimista princípio que há isso de qualidade...)... ele (presidente de uma república laica...) oscula a mão papal... ele dilata o conceito de Estado, a ponto de dar olímpico abrigo no mesmo a um (estrangeiro) dos trafulhas da “Europa”... ele um dia destes convida, de certeza, para o Conselho o papa Francisco... (e não seria, obviamente, dos conselheiros mais indignos...)...

Por falar em afêtos... foi necessário bulir-se com o tabu da sexualidade, neste caso da infame e ora militante (e geradora de orgulho) homossexualidade, para que um chefe militar se demitisse... e com a pronta anuência do dito afêtuoso presidente. A homossexualidade... e uma escola de ensino civil administrada por militares... Quanto aos inúmeros problemas que acontecem nos quarteis, no verdadeiro ambiente militar, aí nunca vemos demissões... e os ministros e presidentes também nunca vêem nada... deste o anátema persecutório sobre militares estudantes (à sua própria custa) até ao escabroso mostrengo de Mafra (onde se reuniram, como num mausoléu medieval, os restos mortais das escolas práticas)... nem sequer os deputados das comissões parlamentares da defesa... Não vêem nem ouvem nada nem querem ter disso conhecimento... De resto, a destruição sistemática das forças armadas, sobretudo do exército, vem sendo perpetrada há décadas, com o conluio da generalidade da sociedade civil que amiúde alude aos militares como um sorvedouro de dinheiro e parasitismo (e sem reacção palpável das chefias militares)...


Mas eis (como a história da parra e da raposa...) que se fala em discriminação dos meninos das escolinhas militares!... é logo um escândalo... os cabos-de-guerra demitem-se!!!... e os políticos concordam!!!...
 


Derivado da Constituição da República, o EMFAR (Estatuto dos Militares das Forças Armadas) reza no seu artigo 16.º, n.º 2 que “O militar não pode ser prejudicado ou beneficiado em virtude de ascendência, sexo, raça, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, situação económica, condição social ou orientação sexual”... Preocupassem-se os chefes militares a sério com o cumprimento deste artigo, entre outros, e teriam motivos de sobra para apresentar (amiúde) a sua demissão. Em vez de demissões ou, pelo menos, a assumpção da culpa, o que se vê mais nas altas esferas hierárquicas são (embora cada vez menos, tb) promoções.


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