24/12/2014

Carta do Exílio


No estado capitalizóide e gueizóide de Sócrates, a Liberdade é um mero vocábulo de retórica e a única liberdade que temos é a que não nos conseguem (ou não convém) tirar.
Não sendo partidário, acólito ou simpatizante do botas de Santa Comba, confesso sentir mais respeito por ele, pelo objectivo ditador (como até os locutores abusivamente lhe chamam) Salazar do que por estes Cavacos, Sócrates, Jardins, Barrosos e afins. Do outro, do clássico ditador, sabiamos (todos) com o que contar... e também acabamos por saber que não se abotoava com o pecúlio como o que estes subtraem à Nação e ao Povo.
Salazar nunca foi um Ladrão sinistro como Vitor Constâncio, que em qualquer outro país menos sereno já teria sido fuzilado ou linchado por populares em fúria sedentos dum mínimo de justiça.
Os actuais governantes, além de ladrões, são arrogantes e só se assemelham a simpáticos e servis que nem putas (quer rafeiras quer de luxo) quando precisam do voto popular para perpetuar a sua sede de ditadura e ladroagem.
Não há LIBERDADE em Portugal porque o que há essencialmente é MENTIRA... e tal repercute-se a todos os níveis, até nos quarteis donde alegadamente terá germinado o rebento fundamental da instauração duma pretensa liberdade. Não havendo liberdade, há, lógicamente, PIDES... com outro nome e outro disfarce, é claro.
No 10 de Junho condecoram-se pessoas que ninguém conhece ou, simplesmente, porque são conhecidas. Nunca se vê um TRABALHADOR, um operário, um pescador, um mineiro, a ser condecorado. Nem um Soldado, obviamente. No tocante à Defesa, costuma ser um (ou mesmo dois) general (ais) que não fizeram absolutamente NADA pelas Forças Armadas (FA), a não ser cortar bolos de aniversário com a espada (de comando) e, eventualmente destruir um pouco mais a estrutura das FA.
Em Portugal, continua a haver Presos Políticos... não da forma clássica, é verdade, mas nas ruas, à secretária no local de trabalho, na parada do quartel.
Exemplo flagrante de opressão num sentido amplo e mesmo político é o que tem acontecido na PASS, onde militares têm sido perseguidos por motivo de ideologia política, credo religioso ou filosofia de vida, ou ainda simplesmente por solicitarem o cumprimento de leis consagradas na Constituição da República Portuguesa.
Recentemente, dois oficiais foram sujeitos nessa Unidade do Exército a restrições injustificadas de liberdade de movimentos dentro do aquartelamento, bem como de acesso à Internet. Foram inventadas medidas, algumas de índole aparentemente legal, e de aplicação aparentemente geral, mas orientadas na prática para o prejuizo e controlo de movimentos desses únicos oficiais.
Como corolário dessa atitude, em que os militares se encontravam na prática com menos Direitos do qualquer presidiário de qualquer penitenciária portuguesa, desmotivaram um deles a que continuasse nas fileiras, tendo passado já à Reserva (domicílio). Quanto ao outro, participante neste Blog, foi compulsivamente enviado para o Exílio, dentro do que era possível "dissimuladamente" fazer-se. Não o mandaram para a Sibéria porque parecia mal (afinal de contas os participantes na Decisão Final são todos Católicos e até estiveram presentes na última Peregrinação Militar a Fátima...) e sobretudo porque a Sibéria não nos pertence nem somos (eles) tradicionalmente amigos dos Russos... e para uma Reserva ìndia, podia ser perigoso na medida em que o presidiário sempre manifestou admiração pelos ameríndios...
Do Exílio... como é o exílio?... Bem, paradoxalmente ter-se-á de dizer que no geral é de muito melhor qualidade que a PASS, o que não é de espantar. Saudades ficam é das árvores que a PASS tem (embora não merecendo) e de alguns amigos... e até dos gatos vadios que por lá pululam.
No BATALHÃO DISCIPLINAR 999, fora as árvores, tudo é melhor que na PASS.
Já começamos entretanto a incrementar a área verde, tentando colaborar para que esta unidade do exílio seja, além de humanamente de qualidade superior à dos sheminaristas frustados de transmissões, detentora também de árvores e plantas condizentes com a qualidade da massa humana.
Neste batalhão respira-se camaradagem, lealdade, inteligência, entreajuda, respeito, orgulho (satisfação) de se ser militar... tudo coisas inexistentes no Reino de Mathias & Mello - Cabreiro. Lda, a Serôdia empresa que governa a pseudo-escola militar do Porto.
O autor desta carta/crónica, apesar de prophundamente quichotesco, não tem ilusões acerca da dissimulação e mistificação do IN, não anda tanto a dormir como possa aparentar.
Mas o que constata é que, tal como no reinado do coronel Morera (que inteligentemente soube amaciar o vector persecutório anterior, proporcionando alguma aparente frontalidade e respeito para com oficiais "problemáticos") também a actual administração do Batalhão Disciplinar 999 está a ser objectivamente cortês, educada e aparentemente frontal e respeitadora) para com o exilado político implicitamente em epígrafe.

(Dos idos no aCtivo)

Sem comentários: