12/03/2016

Dharma de Prado

Como um urso polar mobiliza conforto num manto de neve... também esta vaca, que há minutos observo, se vergou leitosa à gravidade da Terra, num ninho verde que (até) a mim apetece. Está muito mais próxima do (meu) ser, avesso (que sou) aos calores tropicais mas que também (cismo) do gêlo agreste...
Contemplo o seu rezar ruminante... o mantra búdico, de que estou certo sermos irmãos... no caso dela materializado no re-moer da erva... e de mim na serenidade almejada e digerida.
Esta quietude... do pasto fustigado pelo Sol, prometendo a Primavera... e já o vislumbre, ou a espera, daqueles matizes amarelos e lilases...
Respirar (quase) como a vaca, na sua budicidade carimbada de malhas... é já um fruir de felicidade bastante... mesmo com a ausência das papoilas e sem a sinfonia de que se gosta.
E o leite dela... espera(m)-(n)o as crias.

1 comentário:

Jasmim disse...

proesia das coisas simples da vida...tão essencial.