17/09/2008

A Verdade, a SIC e a Treta do Polígrafo


Desta vez fui completamente surpreendido com fragmentos dum concurso que deve ser o mais rasca de sempre. Com efeito, já nos habituamos a ver na TV, sobretudo na SIC e na TVI, concursos e programas execráveis ao ponto de nem lembrar ao diabo... mas esta treta agora da Verdade Compensa (ou lá como se chama o concurso!) não dava para se imaginar. Temos a SIC ao seu máximo nível, de televisão não apenas directamente dependente do Clube de Bilderberg (não esquecer que o Sr Pinto Balsemão não é somente um dos 3 franciscos fundadores do PPD mas também um padrinho com assento permanente no satânico clube) mas também como um dos principais fabricantes de lixo e poluição mental da população portuguesa.
As perguntas são aberrantes. É claro que uma pessoa livre e com um mínimo de higiene mental nunca se sujeitaria a um questionário daquele baixissimo nível. Daí que a minha principal revolta não se dirija para os concorrentes mas para quem fabrica e permite aquele nojento lixo.
Desde logo é culpada a SIC por inventar ou copiar concurso tão nojento, onde se brinca e provoca propositadamente conflitos com sentimentos e emoções dos concorrentes e familiares, anestesiando-as, inflamando-lhes o desejo com o vil metal.
Culpada é também a apresentadora do concurso, a Sra Teresa Guilherme, já sobejamente conhecida destas andanças, profissional que evidencia falta de dignidade, carácter mais baixo que qualquer reles meretriz, falta de ética e sobretudo de estética.
Observando mais atentamente, como verifiquei posteriormente, o concurso em si constitui apenas uma 1.ª parte da indecência. A seguir a SIC transmite uma espécie de debate liderado por Rita Ferro Rodrigues e com três comentadores.
O nível dos comentários não é de qualidade superior ao do concurso.
Um dos comentadores, um fadista da Câmara, vê-se nitidamente que está a ser pago para anedotizar, dizer piadas centradas num pseudo-marialvismo , sendo sem dúvida o mais benigno dos quatro... nota-se claramente que as coisas que diz não são a sério.
O do meio, um maricas cujo nome felizmente não me recordo, fala exactamente como qualquer maricas, com arrebites de aparente coragem, quase militante, acentuando tonicamente que já é pai (ou seja que um qualquer espermatozoide seu fecundou um óvulo duma mulher...)... como se isso fosse uma coisa difícil...
De péssima qualidade mesmo são os comentários das duas mulheres... sim porque a apresentadora também opina e geralmente daquela forma incoerente, pimba e hipócrita, apanágio da mais ou menos conhecida filha do político seu pai. O feminismo básico da outra comentadora, cujo nome felizmente também não me lembro, é coadjuvado, senão mesmo ultrapassado, pelos comentários incoerentes, intempestivos e despropositados de Rita Ferro Rodrigues, evidenciando a falta de inteligência e de bom gosto que a caracteriza... e provavelmente (talvez) também desgostos sexuais e até mal-viver proporcionado por algum amante ou marido... A criatura tem a crónica lata de sempre referir ser mãe, ter uma filha, como se isso interesse aos tais "portugueses" (sic) a quem se dirige...
Não há ninguém que lembre àquela, e outras criaturas que tais, que não deve aparecer no écran televisivo para falar da sua filha nem fazer transparecer as suas frustações sexuais, nem opinar em geral?!...
De salientar ainda a questão de cara séria, de quase dor pungida, que a apresentadora coloca, em flagrante contraste com o decote exagerado (quase pornográfico) quando o tema resvala para "violência doméstica" (ela não perde oportunidade para o referir), depreendendo-se obviamente que da citada violência ela considera um homem dar porrada numa mulher (...)... A outra comentadora, sem decote exagerado (deve em abono da verdade realçar-se), aproveita para fazer coro na mesma reza.
Claro que falta, já agora, atar toda esta gente ao POLÍGRAFO!... rs
E por isso, e não só, são também culpados desta imundice de programa(s) todos os orgãos de soberania, polícias, deputados, presidentes e ministros, procuradores, juizes, toda essa cambada que tantas vezes (e muitas vezes despropositadamente) se manifesta chocada com as desgraças, com os fenómenos de exclusão social, de humilhados e ofendidos e afins.
Onde estão eles?
Será que assistem impávidos e serenos a este lixo, a esta merda de pseudo-sentimento, até com lágrimas nem crocodilescas?
Então esses doutores de colarinho branco e mãos meigas... gente que até se empertiga em ouvindo asneiras... conhecem coisa mais rasca que este concurso, mais imoral?
E depois há o Polígrafo. Qualquer pessoa com um mínimo de discernimento e cultura geral sabe que o polígrafo pouco mais credível é que a própria bruxa Maya (curiosamente Maya em sânscrito significa Ilusão...), sabendo-se obviamente que a dita Sra, por sinal também funcionária da referido canal do lixo, não sabe absolutamente NADA e, felizmente, a sua satânica arte de adivinhação (sit ant. e novo testamento) não faz qualquer sentido... é logro (e roubo) a todo o comprimento.
O polígrafo consiste basicamente num conjunto integrado de sensores que medem reacções fisiológicas dos questionados baseado em conhecimentos da resistência eléctrica do corpo humano e variáveis dependentes, ritmo cardíaco e tensão arterial, partindo do princípio cientificamente provado de que as emoções, nomeadamente o acto de mentir, provocam continuamente alterações dos valores medidos. Especialistas que estudam essas evoluções e tipificações fazem tradução das tendências do questionando, sobretudo de mentir...
Acontece que esta tipificação de reacção fisiológica tende para dar uma ideia sobre se a "cobaia" está a mentir ou falar verdade, mas está mais que provado não ser segura e por isso é que nos países civilizados não é aceite como prova na justiça e o seu uso pode até ser considerado crime.
Toda a gente conhece casos de pessoas que "enganam" o polígrafo... e também é sabido que o polígrafo, ou melhor... quem interpreta os dados do poligrafo... também se "engana".
Mau gosto portanto a acrescentar ao concurso da SIC, porque tanta Teresa Guilher me como Rita Rodrigues (e restantes pseudo-jornalistas da SIC) se fartam de repetir que o polígrafo não se engana... e na realidade é verdade, só se engana quem acredita nele, sobretudo os tais portugueses que estão do lado de cá do écran.
Quanto mais não fosse, bastaria o facto de se saber que o polígrafo faz conjuntamente várias medições ao mesmo tempo. Todos nós temos a experiência de enganos que acontecem na medição de tensões com um aparelho só para esse efeito!... e então vamos acreditar piamente num que mede tanta coisa ao mesmo tempo?
Além do mais, há pessoas que mentem com uma enorme facilidade... algumas até acreditam nas mentiras que dizem. Outras simplesmente possuem uma capacidade de concentração ou alheamento que nenhum polígrafo decifra nada. Conheço pessoas assim. E também conheço pessoas que falam verdade mas ficam nervosas e transpiram como se estivessem a mentir... sobretudo quando estão perante quem não confia nelas.
Enfim... polígrafos e mayas... nos tempos que correm?
Onde estão as comissões de ética?... as tais Ordens?
Já agora... pq motivo a tão hiper-activa Ordem dos Médicos (e pq não tb a Ordem dos Advogados) NUNCA fez nada para travar as aldrabices da Maya e quejandos?

5 comentários:

José António Borges da Rocha disse...

Concordo integralmente.
mais onde param os dignitários do regime?

O PR não vê o programa? Ou desconhece-o?
Os Juízes do TC?
O PGR?

Aquilo não é uma clara DEVASSA da privacidade dos cidadãos que a lei fundamental diz ser INVIOLÁVEL?

Quiçá a Dr.ª Maria José Morgado venha a ter mãos nisto?
Pelo menos é nela que o regime e o puritanismo com cheiro a enxofre deposita toda a confiança?

Joao Carreira disse...

Tenho tido dificuldade em exprimir a minha indignação desde que soube da existência deste concurso que serve única e exclusivamente para humilhar e enxovalhar os concorrentes... e estes coitados por euros fazem tudo... como o outro diz, 250.000€ é muita grana.
Eu tenho a minha opinião firme, que este concurso não tem ética nenhuma, e que se alimenta apenas dos pontos sensíveis de cada um ( aliás, quem não os tem) para obter audiências.
Não sei como é que um director de programas consegue estar de consciência tranquila a lançar programas destes.
Depois o que me irrita perfundamente é esses 4 senhores e senhoras a fazer juízo de valores, como se fossem os perfeitos desta sociedade, e sempre que a coisa começa a ficar acesa entre eles se defendem... "eu não estou aqui para falar da minha vida".

Gosteu muito do post.

Anónimo disse...

Admira-me que tenhas desperdiçado o teu precioso tempo quer a ver estes programas, quer a comentá-los! Acho que pura e simplesmente não merecem nem uma coisa nem outra! Enfim ... não nos podemos esquecer que vivemos noportugal do socrates!!

Manuel Ribeiro disse...

Interessei-me especialmente em postar e comentar sobre este programa pelo inusitado q constitui, pq nos serve tb para aferir da hipocrisia e desinteresse das altas esferas por estes autênticos crimes...

Anónimo disse...

Acho interessante este post,pois sem duvida este é um fenómeno que tem vindo a alastrar de há uns tempos para cá.E não se pode deixar de verificar que ele é refletor da nossa sociedade!
Acho muito bem que o tenhas comentado, só é pena que os responsáveis dos canais televisivos portugueses não leiam blogs e não vejam o que pensam os consumidores dos canais portugueses.Afinal nós temos que ver de tudo um pouco, para fazer o rastreio e opinar se fôr o caso.
Aplaudo a ideia que aqui expões.